Embaixador Bembe defende uso da língua portuguesa em instâncias multilaterais
O embaixador da República de Angola na Etiópia e Representante Permanente junto da União Africana (UA), defendeu a necessidade do uso da língua portuguesa em todas as instâncias multilaterais em que a comunidade lusófona está inserida, incluindo a União Africana, onde o idioma é uma das seis línguas de trabalho.
O diplomata, que é igualmente representante da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), defendeu essa posição quando intervinha, a 3 de Junho, em Adis Abeba, na cerimónia dedicada à celebração do Dia Mundial da língua portuguesa, assinalada a 5 de Maio deste ano.
Na ocasião, o embaixador Miguel Bembe referiu que a língua portuguesa não é apenas um idioma, mas, sim, a expressão de laços fortes entre povos, uma ponte entre quatro dos cinco continentes.
Acrescentou que a língua portuguesa é, igualmente, uma voz que se faz ouvir de Portugal a Angola, do Brasil a Moçambique, de Cabo Verde a Timor-Leste e em muitas outras comunidades espalhadas pelo mundo.
Acima de qualquer estatística, destacou o diplomata angolano, a Língua Portuguesa é, indubitavelmente, um vector de identidade, de memória, de diversidade cultura, que liga povos com histórias e valores, sotaques e tradições diferentes, favorecendo, deste modo, o diálogo e o intercâmbio interculturais.
"Promover a língua portuguesa é contribuir para a riqueza do património linguístico mundial e afirmar o valor de um mundo multilingue, mais aberto, mais próximo e mais unido”, destacou o embaixador Miguel César Domingos Bembe na sua comunicação.
Numa conjuntura de grandes desafios globais, sobretudo inerentes à Paz e Segurança, o diplomata angolano referiu que a Língua Portuguesa revela-se de um poderoso instrumento de cooperação multilateral ao serviço do desenvolvimento, da cultura e da diplomacia.
Na sequência, o diplomata angolano, que, é neste momento, o presidente em exercício do Comité dos Representantes Permanentes dos Estados-Membros da União Africana (CRP-UA), fez menção que a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a 17 de Julho 1996, ilustra a dimensão estratégica e o potencial de desenvolvimento que os países fundadores têm atribuído ao idioma comum.
Sobre a CPLP, o embaixador angolano destacou as iniciativas de Angola desenvolvidas durante o tempo em que esteve à frente da Comunidade, insto é, em 2022, que visaram o reforço da cooperação económica e institucional no seio da comunidade.
Entre as várias realizações, o embaixador Miguel Bembe destacou a introdução da vertente de cooperação económica nos estatutos da Organização, como quarto pilar inevitável.
Este processo, explicou, levou à adopção, em Abril de 2022, da Agenda Estratégica para a Cooperação Económica 2022-2027.
O diplomata angolano disse que este instrumento centrou-se nos domínios do comércio e do investimento, reforço da competitividade, a melhoria dos mecanismos de financiamento e o desenvolvimento de infra-estruturas nacionais de qualidade.
O diplomata angolano aflorou que outro marco importante da presidência angolana foi a ratificação do Acordo de Mobilidade da CPLP por todos os Estados membros, em 2022, assinalando um passo fundamental para uma integração mais profunda.
Com mais de 280 milhões de falantes em todo o mundo, o português é, actualmente, a sexta língua mais falada no mundo .