Participantes da Bienal de Luanda prometem reforçar trabalho de pacificação nos seus países
Jovens participantes da Bienal de Luanda 2023 comprometeram-se, sexta-feira, em divulgar ao máximo, nos seus países, os conteúdos e experiências apreendidas durante o Fórum Pan-africano para Cultura de Paz, realizado de 22 a 24 deste mês em Luanda, visando consolidar os esforços de pacificação do continente.
Em declarações à imprensa, a tswanesa Mpule Kgetsi, o moçambicano Cheldon Maduela, a tanzaniana Genila Hiel, bem como a angolana Antonira de Carvalho convergiram as opiniões na importância do fórum e na necessidade de a juventude ser proactiva na promoção de acções que concorram para a paz e o bem-estar das sociedades, apontando a paz como principal elemento.
Segundo Genila Hiel, estudante universitária que se mostrou ávida em disseminar a mensagem aos co-cidadãos, deve-se incutir desde cedo o espírito de pacificação no seio das comunidades para que as pessoas cresçam e trabalhem em sã convivência para o desenvolvimento sustentável.
Para Cheldon Maduela, não cabe somente aos governos abordar assuntos ligados à paz e democracia, pelo que considera a Bienal uma plataforma inspiradora para a difusão das experiências obtidas, ali onde for necessário.
Sublinhou ser a paz a "pedra angular? para o desenvolvimento sócio-económico dos Estados e a sua preservação exige a contribuição de todos, sem excepção.
"Nós, os 12 jovens de diferentes países, seleccionados pela UNESCO, vamos pegar as informações e disseminar nos nossos Estados?, disse o jovem licenciado em Relações Internacionais, numa alusão ao "grosso? de participantes desta franja, entre estudantes e representantes de outras instituições.
Por seu turno, Mpule Kgetsi congratulou-se com a iniciativa, referindo que a juventude africana não tem tido grandes oportunidades de reunir em plataformas do género, com Chefes de Estado ou ex-governantes, e discutir assuntos candentes que os preocupam, daí a necessidade de reforçar, cada vez mais, o espírito de conservação da paz, união e harmonia entre os povos.
"Permitiu-nos abordar várias situações e também expor as nossas preocupações, vou procurar passar a mensagem a outros?, afirmou Mpule Kgets, directora da Organização Não-Governamental tswanesa "Women Lead Africa?.
Já a angolana Antonira de Carvalho, estudante universitária, considerou o fórum uma abertura para a inserção da juventude em matérias relevantes da actualidade a nível do continente e sugeriu maior abrangência, sobretudo para estudantes de vários níveis de ensino, a fim de elucidar a classe sobre o empenho do Governo em matérias do género.
"É certo que, mais do que falar, é preciso colocar em prática, capacitar as pessoas para que se possa fazer um bom trabalho de campo e sentirmos, então, os efeitos de tudo o que foi dito?, enfatizou.
Por outro lado, os entrevistados elogiaram o Governo pela organização do evento e os angolanos, em geral, pela hospitalidade.
Na sexta-feira, simbolizando o fecho das actividades da bienal, um grupo de participantes ao evento visitou o Memorial Agostinho Neto e o Museu Nacional de História Militar, onde tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história de Angola, desde as batalhas dos reis do tempo da colonização, à luta armada para a Independência até ao alcance da paz definitiva, em Abril de 2002.
Realizado durante dois dias, na capital angolana, numa co-organização entre o Governo, a União Africana (UA) e o Organismo das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO), o Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz teve 790 participantes de vários países africanos e defendeu o estabelecimento de parcerias entre líderes políticos e jovens, em projectos sustentáveis sociais e económicos que beneficiem a sociedade como um todo.
O encontro recomendou, entre outras, a expansão da cultura de paz mediante o acesso e uso eficiente das tecnologias digitais e criação de uma rede africana de mulheres para a prevenção de conflitos, negociação de paz e reconciliação nacional.
Solicitou ainda a promoção regular de diálogo intergeracional para garantir uma comunicação contínua entre líderes políticos e jovens, a implementação de políticas que assegurem a participação de jovens em processos decisórios e a formação de políticas que promovam a igualdade do género.
Dirigente namibiana enaltece empenho de Angola em prol da paz
A vice-ministra da Educação e Cultura da Namíbia, Faustina Caley, enalteceu, em Luanda, o Executivo angolano pelo papel desenvolvido em prol da cultura de paz e da democracia em África.
A governante namibiana, que falava no final de uma visita ao Museu de História Militar, apelou para a continuação dos esforços de pacificação, tendo em vista o desenvolvimento sustentável do continente.
Faustina Caley sublinhou a importância do exercício democrático e defendeu maior empenho da juventude, por constituir o futuro das sociedades.
"Felicito o Governo angolano, também o povo, por tudo quanto tem feito, principalmente no espírito da cultura de paz e democracia?, frisou, salientando que sem paz e democracia não há desenvolvimento.
A dirigente considerou a III edição da Bienal de Luanda um êxito não só para Angola, mas para o continente, uma vez que permitiu auscultar preocupações da juventude, troca de conhecimentos e transmissão de experiência por parte de líderes de Governo e antigos dirigentes africanos, a fim de encaminhar esta franja para trilhar os melhores caminhos para a sã convivência.
Quanto à visita, disse ter sido emocionante, pelo que serviu para conhecer um pouco mais sobre a história de Angola, desde as batalhas dos reis do tempo da colonização, a luta armada para a Independência até ao alcance da paz definitiva.
"Foi um percurso comovente e emocionante, uma vez que, com a vitória de Angola, o meu país também ganhou a Independência?, referiu a governante.
A 3ª edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz e Não-Violência - Bienal de Luanda decorreu sob o lema: "Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento do Continente?.