Angola aposta na produção de hidrogénio verde na Barra do Dande 

O Governo angolano vai implementar, no próximo ano, um projecto para a produção de hidrogénio verde, na barra do Dande, província do Bengo, anunciou esta quarta-feira, 22 de Novembro, o Presidente da República, João Lourenço.

Em resposta à representante do Bostwana, Mpule Kgetsi, durante o diálogo intergerancional na 3.ª Bienal de Luanda, João Lourenço disse que o projecto será executado pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Sonangol e uma empresa alemã.

Angola, referiu, luta pela redução da queima dos combustíveis fósseis e utiliza cada vez menos o diesel em centrais térmicas para produção de energia eléctrica. 

“O país tem feito um grande investimento ao longo dos anos na construção e aproveitamento hidroelétrico. Temos, neste momento, três grandes barragens  hidreléctricas, todas elas localizadas na bacia do Baixo Kwanza. Refiro-me à barragem de Laúca, Cambambe, e estamos agora a construir a grande barragem do Caculo Cabaça”, frisou.

Este investimento está permitir o recurso, cada vez menos, às centrais térmicas de produção de energia no país, e a transportação da energia para os pontos de consumo.

“O investimento está a ser feito no sentido de levar essa energia produzida no Norte para o Centro, onde já chegou. E vamos ver, se nos próximos anos, conseguimos levá-la às províncias do Leste e do Sul”, referiu. 

Na mesma ocasião, o Presidente da República disse que o excedente da energia produzida no país será vendido aos países vizinhos, nomeadamente a República Democrática do Congo,  Zâmbia, Namíbia e África do Sul e disponibilizado na rede de distribuição da SADC, de uma forma geral. 
João Lourenço deu a conhecer que Angola produz cerca de 65 por cento de energia de fontes limpas e dos parques solares do Biópio e da Baía Farta, em Benguela, e do Caraculo, na província do Namibe. 

Apesar desta produção, o sector eléctrico no Sul do país vai ser reforçado com a produção e redistribuição de energia solar com a implementação de um projecto financiado pelos Estados Unidos da América, que vai beneficiar as províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango.

“A tendência é que nos próximos anos, os cerca de pouco mais de 30 por cento de energia que ainda é produzida com recurso a fontes poluentes reduza ao máximo possível e nos aproximemos dos 100 por cento de energia produzida com fontes limpas”, disse.

João Lourenço informou que Angola vai aderir a diferentes iniciativas que existem para a descarbonização da indústria do petróleo e gás, na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP-28), a decorrer de 30 de Novembro a 12 de Dezembro deste ano, na Expo City Dubai, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. 

“Mas há outras iniciativas no mesmo sentido de outras instituições e organizações internacionais a que Angola vai igualmente aderir”, referiu o Chefe de Estado, acrescentando que a indústria de petróleo e gás passará, em breve, a ter a capacidade de medir e reduzir as emissões de dióxido de carbono.