Diplomata ressalta liderança de Angola no plano internacional
O embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana (UA), Miguel Bembe, ressaltou, esta segunda-feira, a confiança, respeito, prestígio e a influência crescentes de Angola e da sua liderança nos planos regional, continental e internacional.
Enfatizou que este prestígio tem sido reforçado e consolidado pela agenda política do Presidente João Lourenço que, além de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, é 1º Vice-Presidente da Mesa da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA para 2024, enquanto se prepara para presidir esta organização continental em Fevereiro de 2025.
O diplomata falava na oitava sessão temática sobre João Lourenço, o Campeão da UA para a Paz e Reconciliação em África: "Contributo para a Edificação de um Continente Integrado Estável e Próspero", que reuniu analistas políticos, diplomatas, jornalistas, representantes da sociedade civil, entre outros.
Na sua dissertação, destacou o facto de o país ser, pela quarta vez, membro do Conselho de Paz e Segurança da UA (2024-2026), cujo mandato iniciou em Abril e presidirá este órgão continental durante o mês de Julho do ano corrente.
Deu conta que o quadro macro de segurança em África tem sido marcado, nos últimos anos, pela proliferação exponencial de grupos armados e terroristas nas cinco regiões do continente, nomeadamente, Austral, Central, Ocidental, Oriental e Norte.
Lembrou que, em virtude do agravamento da situação de insegurança em Moçambique, o Presidente João Lourenço propôs, em Adis Abeba, a realização de uma Cimeira Extraordinária sobre o Terrorismo em África, para abordar com profundidade esta problemática que dilacerava e continua a afectar o continente, bem como atrasa a concretização da “África que queremos”.
Foi na 16ª Cimeira Extraordinária da União Africana, realizada a 28 de Maio de 2022, que o Presidente João Lourenço foi designado pelos chefes de Estado e de Governo, como Campeão da UA para a Paz e Reconciliação em África.
Segundo o diplomata, o Chefe de Estado angolano condenou e mantém o seu posicionamento contra as tentativas de instituir regimes autocráticos e as mudanças inconstitucionais de governo no continente, por constituírem uma ameaça à paz, à estabilidade, à segurança, ao desenvolvimento e à protecção dos direitos humanos.
Disse ter sido na qualidade de Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes que João Lourenço foi mandatado, pela UA, a encetar diligências político-diplomáticas, no âmbito da mediação da crescente tensão na fronteira comum entre a República Democrática do Congo o Rwanda.
Iniciativas anteriores
O embaixador Miguel César Bembe referiu que antes da realização da Cimeira de Malabo, em Maio de 2022, a agenda política de João Lourenço era dominada por iniciativas em prol de paz, estabilidade e segurança nas regiões em que Angola que se insere, como condições essenciais para o desenvolvimento económico e social.
Lembrou ainda que face à deterioração das relações entre o Rwanda e o Uganda, que provocou o encerramento da fronteira comum de Gatuna/Katuna em 2019, com consequências multidimensionais para as respectivas populações, Angola decidiu, na altura, dar o seu contributo de sempre para a normalização das relações bilaterais.
De acordo com o diplomata, os esforços de Angola conduziram à assinatura do Memorando de Entendimento de Luanda entre as partes, a 21 de Agosto de 2021.
Diplomacia económica
O embaixador observou que o Presidente João Lourenço elegeu a diplomacia económica como um dos principais vectores da política externa e da defesa dos interesses do Estado, tendo também definido a necessidade de uma presença mais activa de Angola no continente africano.
Assinalou que, em virtude da sua história, Angola é considerada um actor incontornável no processo de promoção e alcance da estabilidade e segurança continentais.
Enfatizou que o país tem desenvolvido uma cooperação dinâmica com os mais variados parceiros internacionais, em matéria de prevenção, gestão e resolução pacífica de conflitos, de consolidação da paz e de progresso económico e social.
Considerou o binómio “segurança/desenvolvimento” como um eixo central e prioritário das acções político-diplomáticas da política externa angolana a nível regional, ao mesmo tempo em que faz sentir o seu peso nas grandes questões continentais e internacionais.
Disse ser neste contexto que o Chefe de Estado angolano defende a exploração em profundidade das raízes dos conflitos em África, com destaque para os factores político, económico, social e cultural que os alimentam.
Para si, essa abordagem holística e transdisciplinar oferece uma perspectiva estrutural para entender como o desenvolvimento económico e o progresso social podem desempenhar um papel fundamental na prevenção de conflitos e na construção de uma paz sustentável no continente.
Elogios à liderança de João Lourenço
O diplomata disse que, sob a liderança do Presidente João Lourenço, Angola tem contribuído para a aceleração do processo de integração regional, através do desenvolvimento contínuo da diplomacia económica, quer a nível bilateral quer multilateral.
Destacou, neste âmbito, a valorização do continente africano, na rota das várias visitas recebidas e realizadas pelo Presidente da República, a reactivação das Comissões Bilaterais e a assinatura de instrumentos jurídicos de cooperação especialmente com alguns países africanos de interesse estratégicos.
Fez saber que a participação do Presidente João Lourenço, na 16ª Cimeira empresarial EUA-África em Dallas, a 07 de Maio de 2024, como Primeiro Vice-Presidente da Mesa da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana foi uma oportunidade para reiterar o apelo ao investimento do sector privado americano no continente e em Angola, em particular.