O  Estado angolano reconhece e louva os esforços empreendidos pelo Conselho de Paz e Segurança (CPS) da organização continental para a promoção da estabilidade e da convivência pacífica entre os africanos, declarou esta terça-feira, , o Embaixador de Angola na Etiópia e Representante Permanente junto da União Africana (UA), Miguel César Domingos Bembe.

Ao intervir no Seminário/Retiro de Orientação para os Novos Membros do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, que decorre desde segunda-feira, 25, na cidade de Swakopmund, República da Namíbia, país que assume a presidência do CPS neste mês, o diplomata angolano sublinhou que continuam a persistir grandes desafios multidimensionais no continente africano que necessitam, cada vez mais, abordagens holísticas e inovadoras, a colaboração efectiva e acções colectivas  para serem superados.

Na ocasião, o Embaixador Miguel Bembe realçou o compromisso da República de Angola em cumprir o seu mandato no CPS, guiando-se pelos princípios da solidariedade, respeito pela soberania dos Estados, igualdade e justiça, valorizando os vectores de prevenção, gestão e resolução pacífica de conflitos.

Acrescentou que o país está absolutamente convencido de que o sucesso do referido mandato requer a estreita colaboração e articulação permamente entre os Estados-Membros e outras instituções/organizações formais e informais africanas e não só, com o objectivo de contribuir para o processo de edificação de uma África, onde a paz seja duradoura e a prosperidade seja compartilhada por todos.

Reiterou a profunda gratidão de Angola aos demais Estados-Membros da União Africana, em geral, e da Região Austral, em particular, pelo voto de confiança que conduziu à eleição do país para um mandato de dois anos no CPS, a iniciar no próximo mês de Abril, em que os angolanos celebram pela vigésima segunda vez o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, “num espírito de unidade redescoberta, que visa a consolidação dos valores da democracia, uma mudança decisiva no desenvolvimento económico e social”.

Neste contexto, o Embaixador Miguel Bembe assegurou que Angola assume o mandato no CPS com muita honra e responsabilidade e como consequência da sua história continuará a desempenhar um papel relevante para a paz, estabilidade e segurança continental, cooperando de forma dinâmica ao nível regional, assim como com outros parceiros internacionais na prevenção e resolução pacífica de conflitos e na consolidação da paz.

Pontualizou que humildemente Angola tem algo para partilhar em matéria de cultura de paz e não-violência, baseada no diálogo e na tolerância, e pelo facto do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço ser o Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Mediador da União Africana para o conflito existente entre a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Ruanda.

Evidenciou o engajamento e a disponibilidade da República de Angola, em prol da edificação de uma África próspera e integrada, centrada nas pessoas e baseada nas relações de amizade e cooperação, de acordo com os valores do pan-africanismo e do renascimento herdados dos Pais fundadores da organização continental.

No seminário de Swakopmund, que termina hoje, quarta-feira, Angola está representada por uma delegação constituída por quadros afectos à Embaixada na Etiópia e Missão Permanente junto da União Africana, chefiada pelo Embaixador Miguel Bembe, integrando a Representante Permanente Adjunta junto da União Africana, Embaixadora Yema Flora dos Santos Silva, o Ministro Conselheiro Adriano Gomes dos Santos, e o Adido de Defesa, Brigadeiro Eduardo Avelino dos Santos Neto.

O evento é uma plataforma que oferece uma oportunidade aos membros cessantes e reeleitos do CPS de partilharem as suas experiências com os novos membros e de reflectirem sobre a melhoria das suas actividades durante o seu mandato, visando fundamentalmente promover e preservar a paz, a estabilidade e a segurança em África.

São membros do CPS, os Camarões, Djibouti, Marrocos, Namíbia, Nigéria e Mauritânia (efectivos), o Burundi, Congo, Ghana, Senegal, África do Sul, Tunísia e Zimbabwe (cessantes), a Gâmbia, Tanzânia e Uganda (reeleitos), Angola, Botswana, Cote D’Ivoire, República Democrática do Congo, Egipto, Guiné Equatorial e Serra Leoa (recém-eleitos).