Resiliart: artistas nacionais e estrangeiros encerram residência este sábado

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13 Setembro 2024

Resiliart: artistas nacionais e estrangeiros encerram residência este sábado

Com uma estimativa de produção de 30 obras  para exposição em Angola e nos EUA, 14 artístas plásticos de nacionalidades angolana, americana, camaronesa e congolesa democrática, encerram este sábado  (14 de Setembro) a residência artística aberta a 08 de Setembro, em Luanda.

 

A residência, que junta oito jovens artístas angolanos, quatro americanos, um camaronês e uma congolesa democrárica, na Ilha do Mussulo, é uma iniciativa do Projecto Resiliart Angola (Da American Schools of Angola ), inserida nas comemorações do 21 de Setembro - Dia Internacional da Paz.

 

A actividade visa a celebração da paz e o intercâmbio cultural internacional, troca de experiência entre jovens artístas plásticos assim como  a criação de oportunidades e de novos horizontes para esta franja de pintores. 

 

Uma vez concluídas, as obras serão aproveitadas para uma exposição intitulada “ Celebrando a paz”, no dia 17 de Setembro, no Memorial António Agostinho Neto, em alusão ao Dia do Herói Nacional. O evento é  promovido pelo Resiliart Angola, Unesco e o Governo de Angola, no âmbito da Bienal de Luanda – Fõrum Pan-Africano para a Cutura de Paz e Não Violência.

 

Depois de Angola, as obras seguirão para os Estados Unidos de América, onde ficarão patentes, no âmbito do Dia Internacional da Paz,  21 de Setembro.

 

Sobre a residência, o artista camaronês, Foguieng  Talélé Erick, 31 anos,  proveniente de uma família cujo pai e o irmão mais velho são pintores, disse que está a ser uma experiência agradável. Afirmou que vai apresentar duas obras retratando a paz, a conexão e a purificação.

 

Fazendo a descrição das suas obras, Foguieng Erick explica que retrata “a necessidade do homem conectar-se com a entidade superior, porque de outra forma agiriamos como meros animais selvagens”.

 

“Não fazia ideia que Angola tem muita similtude com a minha cidade natal  - New Orleans, a nível cultural e ambiental”, exclamou Jordan Lumpkins, outro jovem artista proveniente dos EUA, realçando que não imaginava que Angola fosse um epicentro económico.

 

Segundo o entrevistado, Angola não está tão longe do que esperava. “Obviamente, não esperava que fosse uma vida selvagem, como fazem crer e parecer de África que cada um tem a sua girafa”, referiu o entrevistado, esboçando um sorriso.

 

Quanto às obras, disse que vai apresentar duas peças, uma em que retrata a  liberdade e noutra aspectos trágicos que os povos de Angola, RDCongo e dos EUA têm em comum.

 

Falando sobre suas peças, Jordan Lumpkins disse que a primeira obra, denominou “O amanhecer de um novo dia” - título inspirado na pessoa do primeiro Presidente de Angola António Agostinho Neto. A peça traz a imagem do fundador da nação angolana.

 

 Em relação à segunda peça, de forma lacónica, disse que simboliza uma nova direcção  de Angola após colonização.

 

Por sua vez, a artista Falone Mambu Luamba (32 anos), da República Democrática do Congo, disse que nas suas obras vai abordar  a conectividade, num particular retrato do que designou os quatro congos – Angola, RDCongo, Congo Brazzaville e Gabão, países que fizeram parte do antigo Reino do Congo.

 

“No fundo, partilhamos o mesmo pai e mãe.  Partilhavamos o mesmo território, mas infelizmente aconteceu a ruptura. Eu quero causar essa reflexão de união”, explicou a artista que está ligada às artes plásticas desde os 19 anos.

 

Sendo países irmãos, prosseguiu, estamos como que desconectados, disse a entrevistada, salientando que se precisa de maior aproximação.

 

Falone Luamba, avançou que precisará fazer mais pesquisa sobre a história do Reino do Congo para aprofundar o conhecimento sobre o antigo reino.

 

Jay Golding, outro artísta americano ( 34 anos), que disse estar ligado às artes há duas década, manifestou-se satisfeito pelo intercâmbio com os colegas de outras nacionalidades.

 

Sobre o trabalho, disse que pintou duas peças sobre paz e sobre estado social de Angola. Na primeira,  descreveu o artista, apresento a rainha Nginga Mbandi descansando com sua arma ao lado e ao fundo as Quedas de Kalandula, sua terra natal.

 

Já na outra obra, avançou, “retrato a sabedoria dos mais velhos, ilustrando uma mulher a transportar um saco de alimentos , representando comida para a mente”.

 

Outro artista, o angolano Mazele Matundu, conta que a experiência de trabalhar com artistas de outros países está a ser boa, pois está a permitir perceber a técnica de cada um.

 

“ Pintei dois quadros onde represento a mulher, que deve ser protegida, pois a sua protecção significa o resguardo da família”, disse acresentando que a falta de protecção da mulher gera problemas no seio familiar como gravidezes precoces, fome, desgraça (...).

 

Ainda de Angola, Vopsi Moma, jovem artísta plástico, disse que está a gostar de partilhar experiências, vendo diferentes técnicas utilizadas pelos colegas.

 

Nas suas peças, disse o pintor que entrou no mundo artístico há seis anos, retrata o desenvolvimento da sociedade, a educação e o equilibrio emocional.

 

“Numa da minhas obras, eu represento um homem que quer explorar o mundo e ir além, pois cada cabeça é um universo (...)” , explicou o interlocutor.

 

Antes de processo de produção das obras, os artistas fizeram um périplo por áreas turístistas e históricas de Angola como forma de obterem alguma inspiração para o trabalho.

 

Os  artistas estrangeiros regressam aos seus países no dia 19 de Setembro.

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