Embaixada de Cabo Verde sente-se honrada por integrar roteiro da Bienal de Luanda - diplomata

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Bienal de Luanda
04 2023

Embaixada de Cabo Verde sente-se honrada por integrar roteiro da Bienal de Luanda - diplomata

A Embaixada de Cabo Verde em Angola sente-se honrada por integrar o programa da 3º edição do Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz e Não-Violência – Bienal de Luanda, numa aliança temática cristalina entre a cultura da paz e a construção de resiliências, declarou, esse sábado, o embaixador Júlio Morais ao intervir na abertura do festival de Morna "Luanda Morna Fest", que decorre nos dias 2 e 3 de Dezembro.

"A sinfonia da paz, respeito e a celebração da diversidade cultural, promovida pela Embaixada de Cabo Verde e pelo Projecto Resiliart-Angola transforma o "Luanda Morna Fest" num concerto inesquecível, onde a riqueza cultural que a Morna representa no panorama global transcende fronteiras e enriquece a alma com as melodias eternas de Cabo Verde, no âmbito da Bienal de Luanda", enfatizou o diplomata ao se referir ao festival.

Para si, o Luanda Morna Fest não ressoa apenas notas melodiosas, mas também constrói pontes de entendimento e fortalece laços culturais.

Em nome da Embaixada e de toda a comunidade caboverdiana em Angola, Júlio Morais endereçou as calorosas boas vindas ao evento cultural que reúne nomes sonantes e ícones da música crioula num mesmo palco com artistas angolanos.

“Esperamos que com humildade, mas também com o saber fazer e estar enriqueçamos o conteúdo e a dimensão da Bienal de Luanda, emprestando-lhe o espírito resiliente do caboverdiano, aliado ao som melódico das nossas ilhas afroatlânticas”, disse o embaixador.

Referiu que em Cabo Verde é comum dizer-se que a morna nasceu na Boa Vista, cresceu e foi educada na Brava e modernizou-se em São Vicente (referência a três ilhas cabo-verdianas).

Embora a origem da morna continue a ser, ainda hoje, objecto de debate, a verdade é que no fim do século XIX surge a morna, na ilha da Boa Vista, caracterizada por sua simplicidade musical e carácter de música popular baseada em composições anónimas.

Assim, segundo o embaixador de Cabo Verde, ao nível global, a morna representa o espírito e a alma do caboverdiano, a sua singularidade mestiça, exprimindo o que tem de mais valioso, a cultura e o sentimento profundo da alma de um povo que luta contra adversidades mil, como escreveu o jornalista e escritor cabo-verdiano Ovídeo Martins, refere o responsável.

“Somos os flagelados do vento Leste, o mar transmitiu-nos a sua perseverança, aprendemos com o vento a bailar na desgraça. As cabras ensinaram-nos a comer pedra para não perecermos”, sublinhou  o embaixador.

A Morna é um estilo de música de Cabo Verde classificado como património cultural e imaterial da humanidade pela UNESCO, em 2019. 

O festival foi promovido pelo Projecto Resiliart-Angola, uma iniciativa emblemática que apoia artes e artistas que resistem às intempéries da vida

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