O Presidente da República, João Lourenço, dirigiu, essa segunda-feira, em Nova Iorque, uma reunião da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico.

(OEACP), que analisou, entre outros assuntos, os desafios financeiros com os quais a instituição se debate e a situação política e de segurança no Haiti.

A reunião desta comunidade é um dos muitos eventos paralelos que marcam a semana de alto nível da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O Chefe de Estado, que desempenha, neste momento, a função de presidente em exercício desta organização, alertou que a não resolução deste problema poderá comprometer a missão da OEACP, que passa por servir, de forma eficaz, os interesses dos povos da organização, assim como defender as aspirações que uniram os 79 Estados-membros.

Presidente do Bostwana indicado para resgate financeiro da OACEP

Ladeado pelo angolano Georges Chikoty, que exerce as funções de Secretário-Geral da OEACP, João Lourenço propôs a indicação do Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, aceite consensualmente, para actuar como campeão do processo de captação de recursos financeiros para recuperar a situação da organização.

Situação no Haiti

Outro tema que mereceu destaque na reunião foi a situação no Haiti, país do Caribe a viver uma "grave” instabilidade política e uma deterioração do ambiente de segurança. Nestes termos, a reunião adoptou uma declaração, por via da qual manifesta ampla solidariedade para com o povo haitiano, descrito pelo Presidente João Lourenço como um "apoio tangível” e de "ter ao seu lado todos neste momento de necessidade”.

"A gravidade da crise do Haiti exige uma acção imediata e coordenada, não apenas em palavras, mas em acções”, sublinhou o Chefe de Estado.

A reunião fez parte dos muitos eventos paralelos que estão a marcar a semana de alto nível da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.  O Presidente João Lourenço esteve ladeado do secretário-geral da OEACP, o angolano Georges Chikoty.

O Grupo OEACP é uma organização constituída por 79 Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, criados pelo Acordo de Georgetown em 1975. Todos os Estados, com a excepção de Cuba, são signatários do Acordo de Cotonou, também conhecido por Acordo de Parceria ACP-CE. O acordo regula as condições de comércio preferencial, bem como as relações políticas, comerciais e de desenvolvimento com a União Europeia (UE).

Angola assumiu a presidência da Organização, para os próximos três anos, em Dezembro de 2022, em Luanda, durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos países da OEACP. A mitigação dos efeitos das alterações climáticas, a boa governação, a transparência, a valorização da produção interna de cada país, através de acções a serem realizadas em parceria com instituições internacionais, constituem as grandes bandeiras escolhidas por Angola para o exercício das funções.

No discurso de abertura, o Presidente João Lourenço destacou a necessidade da organização ser uma força dialogante e actuante, sempre atenta aos fenómenos de toda a natureza que assolam o Planeta, para que se consiga, em conjunto, traçar estratégias e definir modelos de parcerias que ajudem a impulsionar o progresso e o desenvolvimento dos respectivos países.

"Penso que poderemos marchar em direcção a um destino comum, dentro de um quadro em que os três continentes e os três oceanos se unam para construir uma OEACP resiliente e sustentável, com plena consciência de que devemos ampliar a nossa visão estratégica, para maximizarmos os benefícios que poderemos extrair de todos os nossos recursos e, em especial, os que a Economia Azul nos pode proporcionar”, destacou, naquela ocasião, o estadista angolano.